terça-feira, 12 de agosto de 2008

Face a face com o presidente eleito do RI Dong Kurn Lee

O presidente eleito do RI Dong Kurn Lee sentou-se com o redator-chefe da revista The Rotarian, Vince Aversano, para conversar sobre os planos para seu mandato. Veja a seguir um resumo do que o primeiro presidente coreano do RI tem a dizer. A entrevista será publicada na íntegra na edição de março da The Rotarian.
[P] Presidente eleito Lee, o que pretente realizar durante seu mandato no próximo ano rotário?
Gostaria de ver progresso na luta contra a pólio, tanto no sentido de equiparar a doação-desafio da Fundação Gates, como na redução do número de países em que a doença ainda é endêmica. Também gostaria que cada rotariano se conscientizasse a respeito da terrível tragédia que é mortalidade infantil por causas que podem ser prevenidas. A cada dia, 30.000 crianças com menos de 5 anos de idade morrem em virtude de doenças que já têm cura, como sarampo, malária e pneumonia. Quero que as pessoas se dêem conta que uma calamidade dessa grandeza ocorre todos os dias. É claro que é importante lembrar também o progresso que já fizemos. As crianças já não morrem de varíola, e logo não morrerão mais de pólio. Com a doação desafio da Fundação Gates, teremos uma chance concreta de erradicar a doença de uma vez por todas nos próximos anos. Vejo a erradicação da pólio como componente crucial na minha campanha contra a mortalidade infantil.
Muitos dos projetos de recursos hídricos, saúde e alfabetização em que os rotarianos trabalham já salvam as vidas de inúmeras crianças. Acredito que, se nos dedicarmos ainda mais a estas três áreas, poderemos aumentar significativamente o número de crianças que chegam à idade adulta.
[P] Qual é a imagem que o Rotary quer projetar atualmente? A de organização onde se fazem contatos de negócios, ou a de organização voltada a projetos humanitários?
Não acho que podemos escolher entre uma e outra. O Rotary tem de ser visto como um todo. Nossa organização foi fundada com o intuito de servir como meio de contato entre empresários; a prestação de serviços veio depois. Embora hoje ela seja nossa prioridade, não podemos descartar o papel do Rotary no mundo dos negócios. O objetivo dos sócios deve ser trabalhar pelo próximo, mas podemos e devemos ressaltar os muitos benefícios de ser rotariano.
[P] Por que acha que o programa de Intercâmbio de Jovens é tão importante?
Porque ajuda os jovens a entender melhor o mundo. É uma experiência de imersão cultural sem paralelo, da qual se lembrarão para o resto de suas vidas e que traz benefícios não só para eles, mas para todos os envolvidos.
Quando eu era rapaz, morei dois anos na Califórnia. Era estudante e trabalhava como ajudante de garçom em Fisherman’s Wharf, em São Francisco. É impossível imaginar um lugar mais distante de minha cidade na Coréia. Tudo era diferente: as pessoas, a comida, a língua. Essa experiência mudou completamente minha maneira de ver o mundo e ajudou a formar o homem que eu viria a ser. Acho que teria ingressado no Rotary de qualquer forma, mas não teria entendido a organização tão bem.
[P] O que o inspirou a escolher o lema Realizemos os Sonhos? Uma das razões pelas quais gosto tanto de fazer parte do Rotary é que podemos fazer muito mais através da organização do que poderíamos sozinhos. O clube pode mais do que o indivíduo, o distrito pode mais que o clube e assim por diante. Então, quando olhamos para o Rotary como um todo, percebemos que podemos sonhar alto. Nenhum indivíduo ou governo, por mais poderoso que seja, poderia ter feito tudo o que fizemos pela erradicação da pólio. Este ano, meu sonho é que juntos possamos salvar as vidas de crianças, para que elas também possam crescer e transformar seus próprios sonhos em realidade.

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