terça-feira, 12 de agosto de 2008

Afenagistão tem pressa para acabar com a pólio



Os incessantes esforços do Afeganistão em pôr fim à pólio parecem estar produzindo resultados. Segundo relatório da Organização Mundial de Saúde emitido em fevereiro, o vírus agora concentra-se na região sul do país, a qual faz parte de uma área de contaminação mais vasta que abrange também o sul do Paquistão.
Campanhas de imunização intensas nas regiões fronteiriças entre o Afeganistão e o Paquistão são fundamentais para a erradicação da doença nos dois países. "O vírus não respeita fronteiras", explica o Dr. Rudolf Tangermann, médico da OMS que acompanhou os DNIs em 2007. "Os dois países não poderão eliminar a doença sozinhos."
O Dr. Ali Ahmed Zahed, sócio potencial do Rotary Club de Jalalabad, lidera as campanhas de imunização nas províncias do leste do Afeganistão, onde a transmissão endêmica do vírus é considerada improvável. Sua participação nos Dias Nacionais de Imunização, inclusive naqueles realizados entre 9 e 11 de março, foi fundamental.
Stephen Brown, ex-governador do Distrito 5340 (EUA), e Fary Moini, sócio do Rotary Club de La Jolla Golden Triangle, já lideraram diversos projetos humanitários e participaram de diversos DNIs no Afeganistão. O ex-governador ficou impressionado com o nível de organização e de apoio da comunidade médica afegã à erradicação da pólio.
"As campanhas contam com a participação de muitas pessoas, e são mantidos registros precisos não apenas do número de crianças vacinadas, mas, sobretudo, das que não foram vacinadas", conta Brown em seu diário on-line.
A campanha de março atingiu cerca de 6,9 milhões de crianças, mas não foi possível imunizar todas as crianças devido aos conflitos entre o Talibã e as forças nacionais de segurança.
Vacinar as crianças e manter registro das que já foram imunizadas é tarefa árdua em um país onde não existem dados demográficos oficiais e as famílias, sobretudo as do sul, migram constantemente para escapar da violência. "É possível visitar certos vilarejos pela manhã, mas não à tarde", conta o Dr. Rahmatullah Kamwak, que trabalha para a OMS.
Ainda assim, os voluntários continuam em sua extraordinária missão de vacinar e proteger a população. Eles colocam uma marca nos dedos das crianças que foram vacinadas, e fazem anotações nas portas das casas por que passam para indicar que estiveram ali.
"A campanha contra a pólio [no Afeganistão] é um ato de heroísmo", afirma Martin Bell, embaixador do Unicef para emergências humanitárias. "Trata-se de um exemplo para o mundo do que pode ser feito mesmo nas circunstâncias mais adversas. Se os afegãos conseguirem erradicar a pólio em tempos de guerra, imagine o que conseguiriam em tempos de paz?"

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