sábado, 4 de abril de 2009

Construindo pontes para salvar vidas


Moradores de Mutino enfrentam a correnteza do Rio Nithi durante a estação de seca. Foto cedida por John Brooker
O Rio Nithi causava até 50 mortes todos os anos nas proximidades dos vilarejos de Kajuki e Mutino, no Quênia.
A situação começou a melhorar quando os Rotary Clubs de Meru, no Quênia, e Middleton, Great Manchester, na Inglaterra, financiaram através de um Subsídio Equivalente a construção de uma ponte que garante a segurança dos habitantes e ao mesmo tempo ajuda a transformar a economia local.
Antes da construção da ponte, os residentes de Mutino tinham que percorrer 48 km para atravessar o rio em um local mais seguro em busca de mantimentos e remédios. Em situações de emergência algumas pessoas se desesperavam ao tentar atravessar o rio no local mais próximo de suas casas e terminavam perdendo a vida.
"A vida destas pessoas mudou completamente", conta o presidente do clube de Meru, Julius Gatoby Mwithimbu, refletindo sobre os resultados do projeto. "Pessoas passaram a vir de muito longe para observar o rio que havia levado a vida de tantos entes queridos."
Durante a cerimônia de inauguração da ponte, Mwithimbu e John Brooker, presidentes de subcomissão distrital de subsídios, ficaram lado a lado tentando controlar sua emoção ao assistir um grupo de quenianas ajudando uma mulher grávida a abrir caminho pela correnteza. Elas estavam mostrando como eram suas vidas antes do projeto.
"Me dei conta da importância da ponte ao ver aquelas mulheres carregando sua amiga grávida. Durante a estação de chuvas o nível das águas sobe dois metros ou mais", conta Brooker.
Humilde começo
A ideia do projeto, nomeado Ponte Elliot-Poole, surgiu em 2005 quando Brooker assistiu um episódio do programa Blue Peter , no canal de televisão BBC, sobre um menino chamado Elliot Inglis que estava visitando o Quênia para ajudar na implementação de projetos humanitários. Ao entrar em contato com a família do menino, Brooker tomou conhecimento da necessidade da construção de uma ponte entre Mutino e Kajuki. Ele então contatou o recém-formado clube de Meru para perguntar como ele e seu clube poderiam ajudar.
Mwithimbu conta que a ponte resistiu a dois meses de chuvas intensas. Em duas ocasiões anteriores o governo do Quênia havia tentado ligar os vilarejos mas a estrutura foi arrastada por tempestades.
Segundo Brooker, a ponte já está beneficiando a economia dos vilarejos. Os residentes de Mutino podem facilmente levar suas colheitas ao mercado de Kajuki e passaram a ter acesso a escola e atendimento médico. Foram construídos até mesmo um hotel e um restaurante próximos à ponte.
"Vemos pessoas ajoelhando-se junto à ponte e rezando, tamanho foi o impacto do projeto em suas vidas", conta Brooker.
Os clubes estão colaborando em outro projeto de Subsídio Equivalente em Tharaka, Quênia, onde estão construindo tanques para coleta de água na base de estruturas rochosas da região. Estão também pedindo um subsídio Saúde, Fome e Humanidade para coletar água na época de seca para vilarejos no mesmo país.
A família Inglis e vários Rotary Clubs na Inglaterra já deram início a esforços de arrecadação de fundos para os projetos dos clubes de Meru e Middleton.

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